loading 1 loading 2

Toda empresa é uma eterna startup!

16 de Junho, 2018
toda empresa e uma e untitled 2 blog w600hq100

Há 10 anos atendendo empreendedores, vi muitos deles abrindo e fechando seus negócios, em menos de um ano. Isso acontece por pensarmos que tudo tem que ser grande e perfeito: melhor loja da rua, o maior número de estoque, fazer o maior número de propaganda. E se eu disser para você que uma empresa não precisa de nada disso para dar certo? Inovação, adaptação ao mercado, conhecimento do cliente, testagem de produtos e flexibilidade podem ser as características indispensáveis para que uma empresa funcione de verdade.

O conceito de startup vem justamente nesse viés - existem muitos conceitos, mas gosto muito de pensar que uma startup é algo que nasceu com uma ideia e vai operar com o mínimo possível para dar certo. Gente, isso não é sensacional? Acompanha comigo: você tem uma ideia, reúne o que precisa para começar o produto, valida com o cliente, ouve dele o que é bom é útil e o que não é - começa a vender e entende a aceitação do mercado. Acabou a época de fazer 10.000 unidades para só depois começar a vender. Quando falamos em startup, falamos em incerteza - algo que pode dar certo e algo que pode não dar em nada.

Eu penso que toda empresa é uma eterna startup.

Quais são as principais características de uma startup que você pode usar hoje mesmo no seu negócio:

  • São enxutas: elas tem que ser flexíveis, precisam mudar rapidamente para estarem no jogo;
  • É mais do que um produto: uma startup precisa estar muito inserida numa gestão eficiente e que comporte a rapidez com que precisa agir e se adaptar - não pensem que uma startup sobrevive só de uma ideia genial;
  • Escalabilidade: tem potencial de crescimento muito grande, sem que precise de investimentos igualmente altos;
  • Feito é melhor que perfeito: é esse o pensamento das startups. Faz e aí analisa o que precisa ser corrigido. O tempo passa muito rápido para esperar pela perfeição;
  • Mude a estratégia: elas tem a capacidade de observar e agir naquela estratégia que, na teoria, está linda, mas que na prática, não está trazendo os resultados previstos;
  • Hora de recomeçar: as startups tentam até um limite, depois disso, sabem exatamente a hora de parar e recomeçar. Foi fracasso? Não, foi aprendizado!
  • Missão conjunta: todos trabalham numa startup sabendo exatamente o seu papel e o porquê estão ali, não importa o cargo, todo mundo é importante;
  • Investimento: as startups vão atrás de investidores anjo, muitas vezes, o que é chamado de smart money. São investidores com experiência em alguma área norteadora do negócio e que, além do dinheiro, entram com o seu conhecimento para alavancar a startup;
  • Operar com o mínimo necessário: numa startup, o objetivo é muito claro. E as despesas também. Não é preciso o maior espaço, o melhor computador, nem o melhor móvel. É preciso funcionar e o restante vai crescendo - aos poucos;
  • Conhecimento: são sedentas por transformar informação em conhecimento e estão sempre em busca de tendências e inovações.

Conclusões para o seu negócio:

Eu conheci muitas empresas tão "agarradas" nas suas crenças, do tipo: "Não, Roberta, isso tem que dar certo DESSE jeito". E todas que pensavam assim, não estão mais no mercado. Todas as que eram pequenas, e começaram muito grandes, com despesas altas, também já estão fora. A incapacidade e a falta de humildade de olhar para uma estratégia e dizer: é melhor não irmos mais por aqui, vamos mudar! Mas às vezes o ego é tão grande, que quem "paga o pato" é o próprio negócio. E, para você olhar e mudar, você precisar ESTAR PRESENTE no negócio: vivendo o dia a dia, olhando sempre os números, pegando feedback da equipe, treinando...só assim você perceberá o que precisa ser mudado. E, quando você não está envolto em grandes correntes, leia-se grandes investimentos/custos/despesas, você tem flexibilidade para mudar - e é exatamente aí que entram os conceitos libertadores das startups.

Eu acredito que esse novo jeito de pensar o negócio está totalmente ligado aos nossos tempos. Antigamente, as coisas levavam anos para mudar, não é mesmo? Hoje não, você sabe disso. E as empresas nada mais estão fazendo do que acompanhar e se adaptar. Já pensou uma empresa que leva 10 anos para mudar algo? Quando ela acabar a inovação, já vai estar totalmente fora de mercado.

Como eu ajudo negócios a se desenvolverem, através de posicionamento de mercado, na minha última turma de mentoria eu escolhi 3 negócios para entrar como investidora anjo. E elas tem exatamente essas carcterísticas de startups: 

  • são enxutas;
  • podem mudar a rota muito facilmente;
  • tem espaço de sobra para inovação;
  • e o mais legal: são pessoas abertas a fazerem funcionar suas ideias - mesmo que para isso tenhamos que mudar toda a estratégia - como já aconteceu. 

Por fim, desejo que o seu negócio tenha alma de startup - que não demore para se reinventar, que tenha alma aberta para mudar de rota e que seja sempre sedento por conhecimento. Ah, e por último, não pense que as startups, por serem flexíveis, não estão ligadas profundamente à gestão. Muito pelo contrário, elas não são guiadas por intuição, elas são guiadas por dados e pesquisas que são analisados constantemente.

Eric Ries, em seu livro, "A Startup Enxuta", diz que o compromisso de fazer melhor é tão grande justamente para não desperdiçar talento. E você, o que você precisa aprender sobre se adaptar ao mercado para ter uma empresa que funcione de verdade? O que você não está fazendo - que no fundo você sabe o que é - para começar a ver sua empresa em pelo voo?

Com amor,

Roberta Souza.